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Domingão madrilenho: que tal passear de barquinho no Parque do Retiro? |
Agora em janeiro, apesar do frio, adiei a visita à linda Segóvia só pra garantir que ia poder repetir os passeios ao Rastro e ao Retiro e não me arrependi. Depois, foi só emendar com um almoço tardio no Mercado de San Antón e estava pronta a minha receita de perfeito domingão em Madri.
Veja as dicas do post e aproveite.
El Rastro
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Tem de tudo no mercado. Se sua ideia é fazer compras, pesquise com paciência |
Da Plaza Mayor, dá para ir a pé: desça a Calle de Toledo até a Calle de Las Maldonadas.
Horário: das 9h às 15 horas
Este centenário mercado de rua, armado todos os domingos e feriados no Bairro de La Latina, chega a reunir 100 mil caçadores de pechinchas e quinquilharias, nos dias mais concorridos. Tem de tudo no Rastro: das meias soquete a € 1 o pacote (as que comprei em 2006, na minha primeira visita, ainda estão vivas) a câmeras fotográficas, passando por cartazes de cinema, artesanato marroquino em couro (ótimas bolsas e carteiras) e lanternas tibetanas.
Ainda lembro da cara de preocupação da senhorinha a quem perguntei o caminho para El Rastro, na primeira vez que fui lá: “Segure muito bem essa bolsa”, insistia ela. Não foi um conselho ocioso. Naquela muvuca, é bom mesmo tomar cuidado — e se você estiver com mais alguém, preste atenção pra não se perder de sua companhia ao se espremer contra a multidão para atravessar um trecho de rua mais, digamos, povoado. Mas vá sem medo, porque o clima é cordial.
E tem música! |
Ainda lembro da cara de preocupação da senhorinha a quem perguntei o caminho para El Rastro, na primeira vez que fui lá: “Segure muito bem essa bolsa”, insistia ela. Não foi um conselho ocioso. Naquela muvuca, é bom mesmo tomar cuidado — e se você estiver com mais alguém, preste atenção pra não se perder de sua companhia ao se espremer contra a multidão para atravessar um trecho de rua mais, digamos, povoado. Mas vá sem medo, porque o clima é cordial.
Da primeira visita — da qual guardo não só as meias, mas um kafieh palestino que já aqueceu muito o meu pescoço — até minha passagem mais recente pelo Rastro, agora em janeiro, pouca coisa mudou. O que significa dizer que o mercado continua divertidíssimo e uma ótima chance de encontrar tranqueiras antiguinhas pra decorar a estante ou até mesmo peças de artesanato de qualidade.
No Século 15 já havia um mercado de ruas na Ribera de Curtidores, uma ladeira íngreme que que se despenha rumo à margem do Rio Manzanares desde a Plaza del Cascorro.
O que começou como um comércio de roupas baratas para a população empobrecida foi crescendo, com a chegada das barracas de víveres (carnes, principalmente) e a instalação de curtumes. O primeiro matadouro de Madri funcionava ali. Dizem que foi ele quem batizou a feira, a partir dos rastros de sangue deixado pelas carroças que levavam as carcaças dos animais abatidos.
Curte feiras e mercados? Dá uma olhada no monte de lugares legais mundo afora já comentados na Fragata:
Feiras e Mercados - Índice
Há muitos restaurantes, cafés e tabernas na região de El Rastro, mas costumam estar tão lotados quanto as ruas, nos dias da feira. Para sua sorte, o que não falta em La Latina são lugares interessantes para comer.
Parque do Retiro
Como chegar: a melhor estação de metrô é Retiro, na linha 2.
Horário: diariamente, das 6h às 24h, de maio a outubro, De novembro a abril, só até as 22 horas.
Curte feiras e mercados? Dá uma olhada no monte de lugares legais mundo afora já comentados na Fragata:
Feiras e Mercados - Índice
O Bairro de La Latina — assim batizado em alusão a Beatriz Galindo, erudita do Século 15 que foi professora e meio conselheira de Isabel de Castela, a Rainha Católica — é o bairro mais antigo de Madri, com origem na povoação moura que deu origem à cidade.
Com a fixação da capital em Madri por Filipe II, no Século 16, tornou-se o endereço do povo pobre, espremido nos cortiços que caracterizaram a área ao longo dos tempos. Fisicamente muito próximo de esplendores como o Alcázar (antigo Palácio Real) e a Plaza Mayor, mas um mundo a parte. Hoje é reduto de boemia.
Com a fixação da capital em Madri por Filipe II, no Século 16, tornou-se o endereço do povo pobre, espremido nos cortiços que caracterizaram a área ao longo dos tempos. Fisicamente muito próximo de esplendores como o Alcázar (antigo Palácio Real) e a Plaza Mayor, mas um mundo a parte. Hoje é reduto de boemia.
Há muitos restaurantes, cafés e tabernas na região de El Rastro, mas costumam estar tão lotados quanto as ruas, nos dias da feira. Para sua sorte, o que não falta em La Latina são lugares interessantes para comer.
Parque do Retiro
Como chegar: a melhor estação de metrô é Retiro, na linha 2.
Horário: diariamente, das 6h às 24h, de maio a outubro, De novembro a abril, só até as 22 horas.
Meia garrafa de vinho, jamón, pão e queijo e uma canga pra me esticar. Se não chover, tá feita a minha farra domingueira em Madri, no agradabilíssimo Parque do Retiro. O lugar — bonito, seguro, grátis e fácil de chegar — é uma aposta sem erro para quem procura um programa relaxado nos fins de semana ou feriados na capital espanhola.
Apesar do meu approach quase farofeiro — e nada inusual naquele cenário — é bom registrar que o Parque do Retiro nasceu chique e ainda mantém a pose aristocrática, às vésperas de completar 400 anos de idade.
No Século 17, a vasta área verde foi povoada por fontes, estátuas e pavilhões para deleite do rei Filipe IV de Habsburgo e sua corte, uma espécie de “quintal” majestático do Palácio do Bom Retiro. Só no século seguinte é que esse espaço real privado seria aberto ao público.
(O “Bom Retiro” que batizou o parque eram os aposentos destinados aos reis Habsburgo no Mosteiro dos Jerónimos de Madrid, que aí se recolhiam para orações e reflexão.
Como só um Quarto Real não seria suficiente, Filipe IV encomendou um conjunto de palácios, bosques e jardins para o local — a meditação, claro, foi substituída por folguedos mais cortesãos). Só no século seguinte é que esse espaço real privado seria aberto ao público.
Hoje, o Parque do Retiro de 1,18 milhão de metros quadrados (118 hectares), reúne alguns monumentos famosos, como o Palácio de Cristal e o Palácio Velázquez — hoje incorporados como espaços de exposição do Centro de Artes Reina Sofia—e o Real Observatório Astronômico.
Talvez o programa mais popular do Retiro seja remar um barquinho no lago artificial que fica aos pés do monumento ao rei Alfonso XII, mas bom mesmo é se esticar na grama para aproveitar o sol (no inverno) ou a sombra (no verão) e caminhar distraída pelas alamedas do parque antes de começar meu piquenique.
A Espanha na Fragata Surprise - post-índice
A Europa na Fragata Surprise
O bom do retiro e deitar e rolar na grama |
O Retiro nasceu chique, exclusivo da corte, mas foi aberto ao público no Século 18 |
No Século 17, a vasta área verde foi povoada por fontes, estátuas e pavilhões para deleite do rei Filipe IV de Habsburgo e sua corte, uma espécie de “quintal” majestático do Palácio do Bom Retiro. Só no século seguinte é que esse espaço real privado seria aberto ao público.
Músicos ajudam a criar o clima |
O Palácio de Cristal |
Como só um Quarto Real não seria suficiente, Filipe IV encomendou um conjunto de palácios, bosques e jardins para o local — a meditação, claro, foi substituída por folguedos mais cortesãos). Só no século seguinte é que esse espaço real privado seria aberto ao público.
Palácio Velázquez e, abaixo, o interior do Palácio de Cristal |
Hoje, o Parque do Retiro de 1,18 milhão de metros quadrados (118 hectares), reúne alguns monumentos famosos, como o Palácio de Cristal e o Palácio Velázquez — hoje incorporados como espaços de exposição do Centro de Artes Reina Sofia—e o Real Observatório Astronômico.
Talvez o programa mais popular do Retiro seja remar um barquinho no lago artificial que fica aos pés do monumento ao rei Alfonso XII, mas bom mesmo é se esticar na grama para aproveitar o sol (no inverno) ou a sombra (no verão) e caminhar distraída pelas alamedas do parque antes de começar meu piquenique.
A Espanha na Fragata Surprise - post-índice
A Europa na Fragata Surprise
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