14 de junho de 2013

Blogagem coletiva - Onze vezes três

Plaza de Armas de Havana, Cuba
A brincadeira entre bogueiros me fez recordar muitas viagens gostosas,como a que fiz a Cuba, em 2003.  Na foto, um detalhe da Plaza de Armas, no bairro de La Habana Vieja

Fui convidada pela Fernanda Sanches, do blog Viagens Across the World para participar de uma blogagem coletiva chamada Onze vezes três.

É uma brincadeira divertida, boa para lembrar velhas viagens, para interagir com os coleguinhas de ofício e contar um pouquinho sobre cada um de nós, blogueiros de viagem — esses seres estranhos que gostam de viajar tanto quanto você, leitor, mas que se apegam tanto às suas viagens que continuam a falar delas na volta, só para perpetuar o prazer de cada descoberta.

Também é uma chance de contar um pouco mais sobre quem escreve o blog de viagens A Fragata Surprise, ou seja: euzinha 😁.

Adorei o convite, viu Fernanda?! 

As regras do Onze vezes três são as seguintes:

1) escrever 11 coisas aleatórias sobre mim;
2) responder 11 questões enviadas por Fernanda
3) fazer outras 11 questões para mandar para 11 blogueiros que eu convidar;
4) não convidar quem me convidou;
5) postar também as regras.
Salvador, Bahia - Praia de Stella Maris
Queria levar o mar de Salvador sempre comigo...
(Praia de Stella Maris)
Então, vamos lá.

11 coisas aleatórias sobre mim

1- Sou de Salvador, moro em Brasília e já vivi no Rio e em São Paulo. Queria juntar todas as minhas cidades em uma só, porque adoro todas elas.

Já que isso não é possível, bastaria poder levar o mar da Bahia para onde quer que eu fosse...

- Se eu não fosse (e não amasse ser) jornalista, gostaria de ser arquiteta.

Gosto demais de Arquitetura, leio bastante sobre o assunto e um dos maiores prazeres que tenho, quando viajo, é ver a expressão de cada lugar e cada época nas suas construções.

Aliás, quando viajo, só, não. Quem mora em Brasília tem o privilégio de conviver com uma baita arquitetura, a obra genial de Niemeyer, o tempo todo.

Quadra 308 Sul de Brasília: um passeio para entender e se apaixonar pela cidade

Óbidos, Portugal
Fico encantada com pequenos detalhes, como os vasos de flores de Óbidos, Portugal
3 - Também sou encantada pelos detalhes que são únicos de cada região. Adoro os lambrequins de Pirenópolis, os símbolos maçônicos pintados nas fachadas de Paraty, os tourinhos pregados nas cumeeiras para abençoar as casas de Cusco e arredores, os vasos de flores presos às paredes de Óbidos...

4 - Sou apaixonada por histórias do mar. A Fragata Surprise é uma homenagem à série de livros (20 + um inacabado) do irlandês Patrick O'Brian.

Ele conta as aventuras de um capitão da Marinha Britânica do Século 18, Jack Aubrey, e seu melhor amigo, o médico e naturalista irlandês Stephen Maturin, que também atua como agente da inteligência britânica em pleno período das Guerras napoleônicas.

A bordo da HMS Surprise, uma fragata já meio velhinha, mas muito lépida, eles percorrem os sete mares enfrentando a Marinha de Napoleão, piratas e tempestades.

5 - Sou roqueira inveterada e beatlemaníaca descabelada desde criancinha. A primeira vez que eu ouvi I Should Have Known Better, eu tinha uns quatro anos de idade e fiquei paralisada de emoção.

Apesar disso, nunca fui a Liverpool, falha que vou corrigir agora em agosto. (Atualização: fui a Liverpool duas vezes, amei e contei como foi aqui na Fragata)

Carcassonne, França
Troco qualquer passeio por uma visita a muralhas com ameias, torres pontudas... (Carcassonne, março de 2011)
6 - Além das histórias do mar, também adoro a Idade Média. Tenho uma mania especial pelo Século 12 e devoro todos os livros de História que encontro sobre o período.

Durante muitos anos, meu autor de cabeceira foi o historiador medievalista Georges Duby. Troco qualquer passeio por uma visita a uma velha muralha com ameias, adoro gárgulas e pontes levadiças e acho Carcassonne muito mais bacana que a Disney.

7- Gosto demais de futebol e torço pelo Esporte Clube Bahia. Ultimamente, não ando muito feliz com meu time, mas não perco as esperanças (atualização: Meu Baêa vai muito bem, obrigada 💙💗.

8 - Como Fernanda Sanches, que me convidou para esse Onze vezes três, também me atrapalho com direita e esquerda (continuo usando relógio de pulso só para saber qual é o lado esquerdo).

Apesar disso, tenho um senso de direção inacreditável, nunca me perdi em lugar nenhum e sou capaz de encontrar um endereço só reconstituindo de memória o caminho que fiz até lá.

Budapeste, Hungria
Budapeste está no topo da minha lista de lugares para voltar
9 - Quando não curto muito um lugar que visitei, coloco-o na lista  "para retornar".

Acho que todos os lugares do mundo são interessantes. Se eu não curti, é porque não vi direito.

 Adorei ter dado uma nova chance a Santiago do Chile (amor à segunda vista) e estou louca para fazer o mesmo com Budapeste, que achei excessivamente melancólica.

10 - Tenho uma lista interminável de desejos de viagem. Em geral, porém, não sou eu que escolho os destinos, são eles que me escolhem.

Às vezes é uma música, outras vezes um livro, um filme: encasqueto com o lugar, ele passa na frente dos demais e vai para o topo da lista. É o caso de Londres, para onde estou indo em agosto.

Ilha de Páscoa, Chile
A Ilha de Páscoa é tão especial que curou meu pânico
11 - Morro de medo de barata, (tipo ficar completamente irracional). Surpreendentemente, quando visitei a Ilha de Páscoa (onde abundam as infames, cada vez que chove), o medo desapareceu. O lugar é tão espetacular que nada conseguia abalar minha felicidade de estar lá.

➡️ As perguntas de Fernanda pra mim

1 - O que me motivou a começar a escrever a Fragata Surprise
Sempre que meus amigos me pediam dicas de viagem, recebiam emails super detalhadinhos. Alguns deles brincavam que seria mais fácil eu ter um blog do que ficar bancando a “personal viajeitor” de cada um.

Um belo dia, desempacotando uma das minhas muitas mudanças, acabei me dando conta de que ia acabar soterrada por tantos bloquinhos de anotação, diários de viagens, cartões de restaurantes e hotéis, papeizinhos vários e concluí que o blog seria o melhor lugar para organizar tudo.

A Fragata está no ar há quase três anos e ainda não tive coragem de jogar nada fora 😊.

Mar Egeu, Grécia
É difícil escolher a melhor viagem, mas a Grécia foi a mais desejada
(Golfo da Argólida, setembro de 2012)

2 - Se tiver que eleger uma só viagem como a melhor, qual seria e por quê?
Essa é A pergunta difícil. Adoro todas as minhas viagens. Mas, só para não estragar o espírito da brincadeira, vou votar na viagem à Grécia, porque foi uma das mais desejadas — e, inexplicavelmente, um das mais adiadas, também.

3 - Qual o lugar que não gostaria de ir nem de graça? Por quê?
Essa é fácil: não há nenhum lugar na terra que eu deixaria de conhecer, se tivesse a oportunidade.

4 - O que pensa sobre viagens de pacote de agência? 
Pra mim, não servem, pois detesto o ritmo que as agências impõem às viagens. Você vê um monte de coisas pelas janelinhas do ônibus e só.

Mas acho que os pacotes são a alternativa para quem quer viajar e não se sente seguro para embarcar de modo independente.

A maioria das pessoas começa viajando assim, até ganhar um pouco de experiência e passar a viajar por conta própria.

Los Roques, Venezuela
Nada mais inútil que uma mala de rodinhas em Los Roques:
as ruas não têm calçamento

5 - Mala de rodinha ou mochilão e por quê?
Depende do destino. Mochila é ótimo quando você vai fazer mais deslocamentos ao longo da viagem, especialmente se estiver indo para áreas menos urbanas.

Se vou para uma cidade grande, onde vou ficar todo o tempo ou quase todo, prefiro a mala, que amassa menos as roupas.

Depende da estação, também: a quantidade e o peso das roupas de inverno podem tornar a mochila um trambolho insuportável.

Colonia del Sacramento, Uruguai
Colonia: antes de chegar, paguei um mega mico


Lembranças de viagens, casinhas de várias partes do mundo
Uma (pequena) parte
da minha coleção de casinhas
6 - Conte algum mico que você pagou em uma das suas viagens
Já paguei alguns orangotangos em viagens, tipo cair num bueiro, em Cartagena.

Mas o mais engraçado foi no terminal do Buquebus, em Buenos Aires. Era muito cedo, eu tinha dormido pouquíssimo e parei para um café antes de embarcar para Colonia del Sacramento.

Na mesa onde estava sentada, vi um envelope com uma passagem para a travessia e, toda solícita, tratei de entregá-lo no balcão da companhia.

Cinco minutos depois, ouvi meu nome ser chamado pelo alto falante, fui até o balcão e me entregaram minha passagem, que eu tinha "perdido".

7 - Você coleciona algum souvenir de suas viagens?
Tenho uma coleção de casinhas, trazidas dos lugares que visito.

Fico super frustrada quando não encontro casinhas típicas nas lojas de souvenir 😀.

8 - Em alguma de suas viagens você já conheceu alguém com quem mantém contato até hoje? 
Já conheci um monte de gente com quem mantive contato por longos anos. A recordista foi uma garota chamada Monica, de Buenos Aires, que conheci em 1973, no Rio. Nos correspondemos por mais de uma década, depois, perdemos o contato.

Tinha um garoto chamado Gustavo, de Montevidéu, que foi uma espécie de namorado-platônico-epistolar por um bom tempo, no começo da minha adolescência.

Atualmente, converso pelo Facebook com algumas pessoas que encontrei em viagens, mas acho que o contato pelas redes sociais, embora mais presente no cotidiano, é mais superficial. Eu gostava mesmo era de uma boa carta. Sou meio antiguinha...

9 - Você tem alguma mania ou ritual que você faz antes ou durante suas viagens? 
Não sei se é uma mania, mas começo a ler os jornais diários, pela internet, dos locais que vou visitar, ainda antes de embarcar.

Acompanhar o noticiário local faz parte da minha passagem por qualquer cidade.

Quando o idioma é indecifrável, uso as hashtags do twitter para caçar notícias locais em inglês ou alguma outra língua que eu consiga entender.

E sempre aprendo pelo menos meia dúzia de palavras no idioma local -- quando fui para a Grécia, aprendi a ler o alfabeto deles, antes de viajar. Tudo isso faz com que eu me sinta mais próxima do lugar onde estou.

Fachada histórica em Roma
Roma: ainda vou morar lá
(Campo dei Fiore, setembro de 2007)

10 - Dos lugares que você conheceu, em qual deles gostaria de morar um dia?
Em quase todos😊. Se tivesse que fazer uma lista de prioridades, seriam Roma, Buenos Aires, Madri, Paraty e Berlim.

Desfiladeiro do Tajo, Ronda, Andaluzia
Desfiladeiro de Ronda, na Andaluzia: sonho realizado em 2014

11 - Qual é a viagem que você mais deseja fazer na sua vida?
Agora que já fui à Grécia (e sei que vou voltar muitas vezes), minha prioridade é ir para o Sudeste Asiático.

Também quero muito ver as ruínas de Cartago, passar uns 20 dias na Andaluzia, visitar Galápagos... Mesa Verde e o Grand Canyon, nos EUA, também estão no topo da lista.

(Mais uma atualização: fui à Andaluzia em dezembro 2013/janeiro 2014 e ainda estou levitando de paixão por Sevilha, Cádis, Ronda, Granada e Córdoba)

Os blogueiros que convidei:
Karla Gê, do Viaje comigo, amigo
Nivia Guirra, do Viagens Invisíveis
Dudu, do DuduAfora
Rafael Carvalho, do Esse Mundo é Nosso
Lucia Malla, de Uma Malla pelo Mundo


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8 comentários:

  1. Cyntia adorei suas repostas!!!
    Gostei mesmo dessa blogagem coletiva pois compartilhamos coisas q as vezes não postaríamos num post normal.

    Então vc tbm confunde esquerda e direita? engraçado que tbm consigo chegar nos lugares só lembrando do caminho!!
    Outra coincidência é a Grécia mas só q eu ainda não fui :-(

    abs

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    1. Pois é, Fernanda, para descobrir direita ou esquerda, eu olho para o relógio ou movimento os dedos da mão direita, como se estivesse escrevendo, rssss. É um saco quando estou dirigindo com alguém que está me ensinando o caminho.
      Também curti a blogagem, principalmente pela possibilidade de lembrar de velhas viagens. Deu saudade de um monte de lugares...

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  2. Essa da passagem é ótima :)

    Eu já esqueci o carro no estacionamento da faculdade - sempre ia a pé ou de ônibus, no dia que fui de carro deixei ele por lá - e esse fato se repetiu alguns meses depois ;)

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    1. Eu vivia "perdendo" o carro em estacionamentos lotados. Um desespero. Sou muito distraída, Patrick

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  3. Hoje tive um tempinho e resolvi comentar os post's da blogagem que já havia lido e não havia comentado. Não consigo postar comentários com facilidade de minha i-coisinha, então só no escritório mesmo - assim, leio à noite em casa, mas não comento! Simplesmente amei seu texto, mesmo já tendo oportunidade de conhecê-la pessoalmente, não tivemos a felicidade de estreitarmos laços e assim ele me trouxe preciosas informações sobre você. Obrigada pelo convite. Abraços!

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    1. Que massa, Paula, obrigadíssima. A blogagem coletiva foi bem divertida, espero que a gente crie umas novas. Também gostei bastante do seu post.E pra quem não leu, passa lá nas Viagens da Mochilinha Gaúcha:
      http://mochilinhagaucha.blogspot.com.br/2013/06/blogagem-coletiva-11x3-tranformado-em.html

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  4. Demais Cyntia!!! Suas respostas são tão ilustrativas que quase posso ver as situações e os lugares que você descreve magistralmente.
    Tenho sido uma leitora assídua e silenciosa do seu Blog, mas sempre me delicio com as suas narrativas porque me identifico muito com tudo o que você escreve. Parece até que já viajamos juntas. rsrsrs
    Outro dia desses, pela primeira vez, me manifestei num post seu sobre viajar sozinha, achei que devia escrever minhas experiências e acho que acabei fazendo um monte de perguntas. rsrsrs
    Vou continuar te acompanhando de perto e quem sabe te envio uns relatos meus de viagens?
    Beijos

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    1. Ah, manda sim, Marta :) Todo viajante adora ouvir histórias de viagens. Obrigada por viajar na Fragata. O bloguinho é feito com carinho e fico super feliz quando sei que alguém curte. Beijo

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