5 de maio de 2012

Passeios em Belo Horizonte

Belo Horizonte, Praça da Liberdade

A Praça da Liberdade é um lugar delicioso pra ver Belo Horizonte desfilar


Música deste post: Pavão Mysterioso, Fernanda Takai

Post atualizado em dezembro de 2016

Parques e praças públicas bem cuidadas e seguras, ruas largas e belas construções da virada do século 19 para o 20. Uma cidade que convida a caminhar, olhar vitrines e parar para um bom café, acompanhado de um livrinho ou um jornal. 

Parece Buenos Aires? Pois essa foi a Belo Horizonte que encontrei neste feriadão do 1º de Maio. 

Conhecida pelos bons restaurantes, maravilhosos botecos e pelas inúmeras grifes de roupas interessantes, a única coisa que desmente esse astral meio portenho de Belo Horizonte é exatamente sua razão de batismo: aquelas montanhas fazem um bem danado ao visual da cidade. 

Belo Horizonte, Praça da Liberdade
Antiga sede da Secretaria da Fazenda do Estado,  sede do Memorial Minas Gerais - Vale, que conta a história mineira desde o Século 18 e faz parte do Circuito Cultural da Praça da Liberdade

Confesso minha dívida com BH: sempre estive aqui de passagem ou a trabalho. Desta vez, sem pressa e sem roteiro, adorei revê-la e fazer dela a minha base para uma jornada sentimental às cidades históricas.

Veja minhas dicas de atrações em Belo Horizonte:


Passeios em Belo Horizonte


Praça da Liberdade
Como é bom estar numa metrópole onde se pode andar pelas ruas do centro, à noite, sem paranoias. Em Belo Horizonte, há um pouco de Recoleta no ar quando caminho para a Praça da Liberdade.

Palácio da Liberdade, antiga sede do governo de Minas Gerais, Belo Horizonte
Palácio da Liberdade, antiga sede do governo de Minas Gerais

Fiquei hospedada a dois paços da Praça da Liberdade. Na contramão da maioria das grandes cidades brasileiras, em Belo Horizonte, é cada vez mais chique viver e frequentar o centro. A praça é o coração da cidade, antiga sede do poder estadual.

Os mineiros, orgulhosamente, gostam de dizer que os jardins da praça foram inspirados nos do Palácio de Versailles.

O astral da Praça da Liberdade, porém, lembra muito mais aquela  aconchegante  atmosfera de vizinhança das minhas caminhadas preguiçosas pelo Parque Lezama, na capital argentina. A qualquer hora do dia e até tarde da noite tem gente se exercitando, crianças brincando e casais de namorados.

Praça da Liberdade, Belo Horizonte

Os mineiros gostam de dizer que a Praça da Liberdade foi inspirada nos Jardins de Versailles, mas acho o espaço muito mais aconchegante e casual. Uma praça que faz a gente se sentir em casa


A Praça da Liberdade cativa pelo sossego à sombra das árvores, nos bancos que convidam a um livrinho ou a simplesmente relaxar a ver a cidade passar. (Abrigada do sol sob as palmeiras imperiais, não resisti à nostalgia: foi quase como voltar à querida Rua Paissandu, minha ex-casa, no Rio de Janeiro). 

E adorei a surpresa do domingo (29/04), quando a Banda da Polícia Militar chegou tocando a marcha Colonel Bogey, imortalizada em A Ponte do Rio Kwai, às 8:30 da manhã.

Praça da Liberdade, Belo Horizonte
Domingo é dia de ver a banda passar na Praça da Liberdade

Os belos edifícios da Praça da Liberdade, contemporâneos da fundação da cidade, no final do Século 19 — com aquela carinha de “bolo de noiva” que caracteriza o Estilo Eclético — foram sede de secretarias de governo. 

Com a transferência dos órgãos públicos para o novo Centro Administrativo, no caminho para o Aeroporto de Confins, os casarões foram sendo transformados em museus, que compõem o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, que integra 12 museus e centros culturais.

Museu das Minas e do Metal, Belo Horizonte

A antiga Secretaria de Educação agora é sede do Museu das Minas e do Metal


O Circuito Cultural da Praça da Liberdade tem programação e temática variada e rende um passeio muito legal. Os destaques são o Museu das Minas e do Metal, na antiga Secretaria de Educação, o Centro Cultural Banco do Brasil, o Centro de Arte Popular, e o Memorial Minas Gerais.

Na Praça da Liberdade, não deixe de dar uma paradinha para ver o Edifício Niemeyer, contraponto modernista plantado pelo arquiteto em meio ao cenário de virada do século.

A uma quadra da praça, e bem no clima da região, fica o Cine Belas Artes/Usiminas (Rua Gonçalves Dias n° 1581), com um café e uma livraria super fofos e programação mais "cabeça".

Lagoa da Pampulha, Belo Horizonte

A Lagoa da Pampulha e a Igreja de São Francisco, projetada por Oscar Niemeyer


Igreja de São Francisco, Belo Horizonte

Pampulha
Eu sou completamente fã do Parque da Pampulha, concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer e sua turma na Década de 40 do século passado. A beleza da obra de Seu Oscar em torno da Lagoa da Pampulha rende um lindo passeio e ganhou um post exclusivo.

Veja as dicas: Pampulha - quando o futuro não era careta


Mercado Municipal de Belo Horizonte
Não perca as delícias do Mercado Municipal de Belo Horizonte

Mercado Municipal de Belo Horizonte
Av. Augusto de Lima n° 744, Centro
De segunda a sábado, das 7h às 18h. Domingos, das 7h às 13h

Outra atração bacanérrima de BH que ganhou post exclusivo. Perfeito para um mergulho gastronômico nas delícias da culinária de Minas Gerais.

Dá uma olhada: Mercado Municipal de Belo Horizonte - o armazém das delícias


Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, Belo Horizonte

Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena. Ao fundo, o Palácio da Justiça


Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena
Domingos, das 8h às 14h

Belo Horizonte é muito bem servida de parques e praças convidativas. O Parque Municipal, espaço simpático e bem central, ferve aos domingos, com a vizinhança da Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena.

A feira é recomendadíssima pelos mineiros, mas, francamente, não me seduziu: as infinitas fileiras de barracas sitiadas pela multidão exibem a produção de pequenas confecções, disputadas por sacoleiros vindos de todos os cantos. 

Devo ter engordado uns cinco quilos só com o fortíssimo cheiro de fritura que vinha das barracas de comida. De artesanato. que é bom, não vi nada. A muvuca da Feira de San Telmo, em Buenos Aires, pareceria o lugar mais sossegado do mundo...

Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte

Outrora chamada de “Feira Hippie”, a Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena hoje é um imenso mercado de rua, com ênfase na comercialização de peças de roupa de pequenas confecções, além de bijuterias, bolsas e outros acessórios.

Os mineiros recomendam chegar muito cedo, antes da abertura oficial, para encontrar as peças mais interessantes.

Parque Municipal Américo Renê Giannetti
De terça a domingo, das 6h às 18h. Entrada, gratuita, pela Avenida Afonso Pena nª 1377

Contemporâneo da fundação da cidade, na última década do Século 19 e bem no coração da cidade, o Parque Municipal de Belo Horizonte é um refresco para o calor e o burburinho, com suas árvores centenárias, diversas nascentes e três lagoas. 

Bom lugar para ouvir canto de passarinhos — nas minhas idas a trabalho a BH, sempre me vali dessa trilha sonora para recarregar as baterias.

Aproveite para dar uma olhada no Teatro Francisco Nunes, de 1949 e na ótima loja de artesanato do Palácio das Artes, que fica ao lado, para encontrar peças de excelente qualidade a preços que não chegam a assustar.

Praça Raul Soares
Uma praça que merece a visita é a Raul Soares, uma espécie de Étoile de BH — e lembrar Paris também é muito portenho — onde as oito grandes avenidas da capital mineira se encontram.

O barato da praça é a música: caixas de som reproduzem peças eruditas 24 horas por dia, deixando a caminhada muito mais zen.

A Praça do Papa é o mirante mais famoso de Belo Horizonte


Praça do Papa
Para uma vista matadora da cidade, o lugar é a "Praça do Papa", apelido da Praça Israel Pinheiro.

Construída no alto da Serra do Curral para a visita de João Paulo II a BH, a Praça do Papa é como um grande camarote para o famoso horizonte. Ali pertinho fica o Parque das Mangabeiras, com um climinha sempre meio alpino, mesmo no calorão.


Para mais posts sobre Belo Horizonte e outros destinos brasileiros, clique nos ícones do mapa



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Um comentário:

  1. Ah, eu por outro lado adorei a feira! rs Pra quem vive numa cidade carésima como Campinas, não acreditava que com 50 reais deu para fazer a festa! Comprei rasteirinha, bolsas, bijus etc rs. Isso em 2011, mas cheguei tarde e além do calor, a quantidade de gente estava difícil de aguentar. Já tinha estado ali em 2004, mas tinha ido direto da balada e ai sim estava tudo tranquilo rs.

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