4 de novembro de 2011

Que surpresa, Aracaju!

Entardecer na Orla de Atalaia em Aracaju
Entardecer na Orla de Atalaia, a paria mais famosa de Aracaju


Minha última visita a Aracaju tinha sido há mais de um quarto de século. Lembrava dela pequena, simpática e sossegada. Uma “vizinha quase da família”, para quem é de Salvador. 

Sem grandes atrativos visuais, mas imbatível quando o assunto era caranguejo, Aracaju era, para os baianos, no máximo um destino de fim de semana, que costumava ser “pulado” nas viagens mais longas pelo Nordeste, quando geralmente se preferia Maceió, Recife, Natal e Fortaleza. 

Orla de Atalaia em Aracaju
A Orla de Atalaia está cheia de opções de lazer, mas os sergipanos parecem preferir curtir o lugar depois do pôr do sol

Mal desembarquei no Aeroporto Santa Maria, porém, já começaram as surpresas: a capital sergipana cresceu, tomou um super "banho de loja", que a dotou de pontes, largas avenidas, parques e ciclovias.

 Tudo isso sem perder o jeitinho acolhedor e a capacidade de convidar ao sossego. E os caranguejos — benzadeus! – continuam insuperáveis.

Veja como foi meu feriadão em Aracaju:

Quatro dias em Aracaju



Noite na Orla de Atalaia em Aracaju
À noite, Atalaia ferve


A gente fala de Aracaju, mas, em geral, os visitantes ficam restritos à Praia de Atalaia, onde a instalação de uma infinidade de equipamentos de lazer transformou a orla num imenso espaço para atividades físicas, preguiça, encontros, comilanças, paquera ou simples caminhadas com a cabeça no mundo da lua, inspiradas pela deliciosa brisa do cair da tarde. 

Aracaju talvez não coloque mais cadeiras na calçada para a conversa despreocupada dos vizinhos, à noitinha: é a Orla de Atalaia que reúne as pessoas, recriando o velho footing, num cenário muito agradável.

Praia de Atalaia em Aracaju
O mar de Atalaia fica lá longe

Tem pista de skate, oceanário, ciclovia, barracas de artesanato (reunidas na "Passarela do Artesão"),  centro cultural, área para shows, espaço para automodelismo e aeromodelismo, restaurantes, bares, lanchonetes, sorveterias, barraquinhas de tapioca... Tudo muito limpo, bem cuidado, bem policiado e relaxante. 

Com 600 mil habitantes, Aracaju ainda consegue oferecer o sossego desacelerado dos veraneios de antigamente.

Orla de Atalaia em Aracaju

O estranho é que Sua Alteza, o banho de mar, parece ser a última coisa que passa pela cabeça dos frequentadores desse imenso templo para celebrar a boa vida da beira da praia — que, aliás, faz muito mais sucesso a partir do final da tarde, quando o vento começa a soprar do mar para a terra, dando um refresco ao calorão. 

O mar fica lá longe, escondido por todas as atrações da Orla – quando não fica atrás de tapumes ou cercas, mesmo – e só alguns pontos, como a Coroa do Meio, iniciozinho de Atalaia, parece reunir gente que curte a, digamos, "parte molhada" do ritual.

Lagoa na orla de Atalaia em Aracaju
Lagoa na orla de Atalaia em Aracaju
Lagoa na orla de Atalaia em Aracaju
Lagoa na orla de Atalaia em Aracaju
As lagoas são parte do encanto da Orla de Atalaia

Tudo bem que o mar da região não lembra em nada o clichê verdinho e cristalino do litoral nordestino. Espremidas entre os 23 quilômetros que separam a foz do Rio Sergipe e a embocadura do Rio Vaza Barris, as águas de Atalaia, de Aruana e do Mosqueiro refletem essa proximidade e têm a cor de uma praia baiana depois depois da chuva — e deve ser por isso que eu encasquetei que tinha pegado tempo ruim todas as três ou quatro que estive em Aracaju. 

Faz um sol inclemente, o calor é de derreter catedrais, mas basta olhar para as águas marrom-cinzentas para enxergar um céu nublado...

As levas de turistas que cada vez mais procuram Aracaju, porém, não parecem dar a mínima para o tom das águas — que, questões cromáticas à parte, têm a mesma temperatura encontrada nas praias top de linha do Nordeste. 

Aproveitando os “enforcamentos” em torno dos feriados dos Funcionários Públicos (28/10) e de Finados (2/11), uma verdadeira multidão, especialmente do Sul e do Sudeste, parece ter invadido Aracaju, feliz da vida em se entregar à brisa generosa de uma cidade cordial.

Eu adorei!

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E dicas de Mangue Seco, que fica na Bahia, mas é facinho de chegar por Aracaju



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6 comentários:

  1. Realmente Aracajú é para se apaixonar!!Bacana o #Post..Abçs..

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    1. oi, Dudu, que bom te ver por aqui!!
      Pois é, Aracaju, com aquele jeitinho dela, conquista a gente. Adorava ver a multidão de moradores passeando à beira mar, nos finais de tarde. Qualidade de vida é usar a cidade sem medo.
      abs

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  2. Sou aracajuana é me sinto muito feliz em poder ver que turistas venham cada vez mais se apaixonando por nossa cidade. Por anos nós próprios subjugamos nossas belezas, e ainda alguns muitos moradores o fazem, mas ao poucos estamos revertendo essa situação. :)

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  3. Esse blog é maravilhoso! Eu de fato estava procurando um blog que falasse de uma viagem a Sergipe sozinha e por conta própria. Encontrei aqui! Obrigada pelas dicas!

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    1. Obrigada a vc, Adriana. Espero que você aproveite muito Sergipe. Tem tanta coisa linda por lá...

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