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Rosa Luxemburgo num resto do muro, em Potsdamer Platz: "E sou uma terrorista" |
Nesta viagem de agora, reservei quase uma semana para estreitar esse caso de amor que é feito muito mais de atmosferas e intuições do que pelo apego a algum detalhe específico da cidade — uma “coisa de pele”, química que se processa e me deixa completamente feliz só de estar aqui. Mas, claro, este é um blog de viagens e não um caderno de anotações herméticas, então prometo que entre meus suspiros de paixão por Berlim você encontrará aqui algumas informações objetivas sobre a cidade. Bora passear comigo?
Boas meninas vão para o céu. Meninas más vão para Berlim.
E viva as meninas más!
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Pertinho da Alexanderplatz está a Rotes Rathaus (a “prefeitura vermelha”, não por causa dos comunistas, mas pelos tijolos de sua fachada meio gótica-clássica-fantasmagórica que não deixa de lembrar o Edifício Dakota, onde Lennon morava, em Nova York) e um pedacinho da cidade que ainda é um mistério pra mim: jamais consegui decifrar se amo ou odeio Nikolaiviertel, o Pelourinho local. Contra a área pesa sua declarada condição de cidade cenográfica — suas construções "medievais” foram erguidas a partir dos Anos 50, sobre terrenos completamente arrasados pelos bombardeios que reduziram a cidade a escombros, nos últimos momentos da Segunda Guerra.
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A Brandenburger Tor (Porta de Brandemburgo) acabou virando símbolo da reunificação alemã |
Marx e Engels, com o monstrengo do Palast der Republik ao fundo |
Gosto de me hospedar do Lado Leste de Berlim. Desta vez, fiquei em Lichtenberg, pertinho da estação de S-Bahn de Nöldnerplatz, uma área bem residencial, com edifícios antigos, daqueles que ainda têm pátio interno para a parada das carruagens e uma tremenda cara de cidade do interior.
Além da tranquilidade (acordo todo dia com o canto dos passarinhos que fazem farra nas árvores do pátio), gosto da sensação de rotina familiar que é tomar café da manhã no Cafe-Backerei Caramel (uma xícara de chocolate e uma fatia de cuca), cercada de moradores do bairro que leem o jornal, antes de pegar o S-Bahnn para o Centro, sempre com uma parada estratégica na estação de Janowitzbrücke para comprar uma caixinha das cerejas mais gostosas que já encontrei na vida. Elas estão à venda em um monte de barraquinhas, rubras, suculentas, doces e enooormes, quase do tamanho de uma ameixa, e casam perfeitamente com a absoluta sensação de felicidade que estar em Berlim me provoca.
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Berlim está em obras. Há tratores
e guindastes por toda parte, como
esse, ao lado da Brandemburger Tor
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Onde ficar
Pension zum Lichtenberger- Emanuelstraße 4, Lichtenberg. Essa foi a pechincha da viagem: diárias de € 25 para um quarto gigantesco, com uma adorável "varanda"-- na verdade, a larga e espaçosa plataforma da escada de incêndio--, debruçada sobre um pátio interno arborizado, banheiro privativo, TV e muito silêncio. O prédio é antigo, do Século XIX, pelo menos, e não tem elevador.
Meu apartamento ficava no 4º andar, mas e daí? Fica a duas quadras da estação de S-Bahnn de Nöldnerplatz. Eu gosto muito mais do lado Oriental de Berlin, portanto, curti muito ficar em Lichtenberg, numa vizinhança bem residencial. Há alertas sobre atividades de grupos neo-nazistas no bairro, mas não vi nada de suspeito (felizmente!).
Outro lugar bacana é o East-Side Gallery Hotel (Mühlenstrasse 6, em Friedrichshain, a três quadras da estação de S-Bahnn de Warschauerstraße), onde me hospedei em 2003. As diárias são de € 50 no single para quartos bem espaçoso, com banheiro privativo. No térreo, tem um bar com trilha sonora maneiríssima e um balcão onde, certa noite, tive a impressão de que todos os roqueiros meio velhos e bem malucos de Berlin estavam debruçados e eu tomei as sete doses de Metaxa (meu brandy grego preferido) mais baratas da minha vida. Fica bem em frente a um trecho preservado do muro, com grafites bem bacaninhas.
Onde comer
Zum Nußbaum - Am Nußbaum nº 3, Nikolaiviertel, nos fundos da Nikolaikirche . O restaurante afirma ter 500 anos de idade e é um dos melhores lugares para experimentar comida caseira alemã, por preços pra lá de baratos. O atendimento é simpático e informal (informalidade germânica, bem entendido) e as porções são pantagruélicas. Jantei muitíssimo bem no Zum Nußbaum por inacreditáveis € 12. Descobri porque a personagem de "Adeus Lenin" gosta tanto de pepinos Spreewald (não, os pepinos não eram desta marca, mas era no mesmo estilo). Meu Kassler (porco defumado) veio acompanhado de batatas, chucrute e deliciosos pepinos em conserva. De sobremesa, uma cuca de ameixa simplesmente inesquecível.
No verão berlinense, foi delicioso sentar ao ar livre, sob a lua cheia, ao lado da famosa nogueira que dá nome ao lugar, olhando a torre da velha Igreja de São Nicolau. A única coisa que perturbou minha refeição foi a derrota da Seleção Brasileira, por 1 X 0 para o México, pela Copa das Confederações, que estava acontecendo na Alemanha. Pior que o placar foi a explícita felicidade do garçom, ao me dar a notícia.
Bocca di Baco- Friedrichstraße 167. Descobri esse restaurante por acaso, saindo da Ópera, em Unter den Linden. Achei o lugar bonito e resolvi experimentar. O resultado foi que comi como uma princesa: carpaccio de polvo de entrada, pasta à carbonara e Crème Brûlée de limão, na sobremesa. Com vinho, limoncello e tudo a que eu tinha direito. A conta deu menos de € 40.
Para saber mais
Passeios bacanas em Berlim
Os museus mais legais de Berlim
A Alemanha na Fragata Surprise
Dresden
Lübeck
A Europa na Fragata Surprise
Onde comer
Zum Nußbaum - Am Nußbaum nº 3, Nikolaiviertel, nos fundos da Nikolaikirche . O restaurante afirma ter 500 anos de idade e é um dos melhores lugares para experimentar comida caseira alemã, por preços pra lá de baratos. O atendimento é simpático e informal (informalidade germânica, bem entendido) e as porções são pantagruélicas. Jantei muitíssimo bem no Zum Nußbaum por inacreditáveis € 12. Descobri porque a personagem de "Adeus Lenin" gosta tanto de pepinos Spreewald (não, os pepinos não eram desta marca, mas era no mesmo estilo). Meu Kassler (porco defumado) veio acompanhado de batatas, chucrute e deliciosos pepinos em conserva. De sobremesa, uma cuca de ameixa simplesmente inesquecível.
No verão berlinense, foi delicioso sentar ao ar livre, sob a lua cheia, ao lado da famosa nogueira que dá nome ao lugar, olhando a torre da velha Igreja de São Nicolau. A única coisa que perturbou minha refeição foi a derrota da Seleção Brasileira, por 1 X 0 para o México, pela Copa das Confederações, que estava acontecendo na Alemanha. Pior que o placar foi a explícita felicidade do garçom, ao me dar a notícia.
Bocca di Baco- Friedrichstraße 167. Descobri esse restaurante por acaso, saindo da Ópera, em Unter den Linden. Achei o lugar bonito e resolvi experimentar. O resultado foi que comi como uma princesa: carpaccio de polvo de entrada, pasta à carbonara e Crème Brûlée de limão, na sobremesa. Com vinho, limoncello e tudo a que eu tinha direito. A conta deu menos de € 40.
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